quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Perceba o risco, proteja a vida



Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem. (Saramago) 


Perceba o risco, Proteja a Vida! .Estamos em uma pandemia! Não há como perceber o risco, pois, até o ato de respirar tornou-se um risco, mas precisamos respirar. Estamos em pleno paradoxo do Viver. Nem Shakespeare entenderia em Hamlet! A questão não é mais Ser e sim Sobreviver. E iremos. Ser ou não ser é exatamente isso: existir ou não existir e, em última instância, viver ou morrer. 

Para sobreviver na vida e no trânsito, basta nos protegermos! No “novo normal”, precisamos usar máscara por empatia ao próximo, pois elas funcionam como barreira de contenção. E a higienização das mãos é uma medida de prevenção ativa e essencial. 

No trânsito, estamos sentindo impactos diretos na mobilidade, através da redução de veículos e, consequentemente, redução no número de acidentes. Porém, a letalidade continua. Isso não mudará enquanto não nos conscientizarmos de que o trânsito é letal quando não respeitarmos as regras, o outro e, principalmente, nossas vidas. A empatia, que tanto se fala hoje no mundo, no trânsito sempre foi falada, porém, nunca ouvida. Precisamos escutar além dos ruídos do trânsito! 

Em maio se comemora o Maio Amarelo, movimento ao redor do mundo em prol da conscientização em relação ao trânsito. Amarelo para lembrar que esta cor no trânsito significa ATENÇÃO e não, ACELERA, como no senso comum. Importante evidenciar que em meio à pandemia as pessoas continuam morrendo. Para mudar esta realidade, basta perceber o risco, proteger nossa vida e a dos outros. 

Muitas ações de conscientização e educação para o trânsito são realizadas, não só em maio, mas durante todo o ano, na Ponte Rio Niterói e em suas cidades liames. Falamos de educação, vida, conscientização, regras e amor. É necessário concordar com Paulo Freire, pois precisamos de uma pedagogia para grandes urgências, no caso atual, não só no trânsito, mas na vida! A pergunta que trago, para os que me leem, é a seguinte: qual a contribuição que nos cabe dar, como seres racionais, à construção de um mundo mais humano e solidário, numa época caracterizada por diferentes e cruéis formas de barbárie? Quando escrevo barbárie, falo, principalmente, da indiferença e hipocrisia humanas. 

No Maio Amarelo, não precisamos falar de mortes, já bastam os telejornais. Falemos de vida! E, acima de tudo, de conscientização. Quando estamos em trânsito ou Educação e segurança para o trânsito Penso que não cegamos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem. (Saramago) entramos no carro, temos a liberdade e responsabilidade de escolher sobre nossa segurança. Agir, tomar a ação e se posicionar diante da vida e dos acontecimentos! Escolher ser! Escolher viver! E, principalmente, escolher proteger o outro! Aqui temos nosso dilema existencial direto, cristalino e, para muitos, uma cegueira branca, como descreveu Saramago. 

Em especial neste momento tão atípico, reafirmamos como sociedade nossa admiração e respeito a todos que continuam trabalhando para salvar vidas: médicos, enfermeiros, motoristas de ambulâncias, caminhoneiros, ciclistas, motociclistas, entregadores, guardas municipais, policiais, militares ou rodoviários, agentes de atendimento das concessionárias de rodovias e os agentes de trânsito. Saibam, vocês fazem a diferença! 

Em um novo momento, que vai chegar, deixo meu abraço caloroso e, enquanto isso, usem máscaras e se higienizem sempre.

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Priscilla Lundstedt Rocha - Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito.Trânsito.E-mail: priscillarochacontatos@gmail.com
Instagram: @priscilla_lundstedt_rocha

FONTE:
ROCHA, Priscilla Lundstedt Rocha. Perceba o risco, proteja a vida. In: Revista ECOPONTE. Ano 6 no 59, abril de 2020.

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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Reunião preparatória para a 3° Virada da Mobilidade Niterói - Semana Nacional do Trânsito 2020.

Primeira reunião coletiva e virtual para realizarmos a 3° Virada da Mobilidade Niterói - Semana Nacional do Trânsito 2020.


Como todos sabem estamos vivendo em um momento atípico em decorrência da pandemia, mas mesmo assim não iremos parar o trabalho que juntos, realizamos ao longo desses anos.



Mais uma vez juntaremos nossos esforços e realizaremos uma semana que fará a diferença para Niterói, e desde já agradeço a todos que se uniram para essa construção! Juntos somos mais fortes! 


Obrigada!

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Revalorização do espaço público

ESPAÇO PÚBLICO URBANO: aquele é de uso comum e posse de todos. Os espaços públicos são pontos determinantes de uma cidade como locais de encontros e relações. Sujeito + Lugar + a qualquer tempo = Cidade. Esta equação foi ferozmente modificada com a pandemia, mas que pouco a pouco volta a ser restabelecida, talvez com um novo olhar: mais afetuoso, acolhedor, cuidadoso valorizando o que é nosso e está a nossa disposição, sempre.

Na pandemia os espaços públicos viraram tendência, para evitar as aglomerações...e o mais legal é que nós, como moradores passamos a olhar esses espaços com mais respeito cuidado e amor...

No dia 27 de julho de 2020, visitamos a renovada Praça Juscelino Kubitschek. Complexo paisagístico e arquitetônico, que marcam a história de Niterói e fica localizada no centro.

Sua construção iniciada na 2° metade do século XX, como homenagem ao Presidente Juscelino Kubitschek e foi incorporada ao Caminho Niemeyer e revitalizada na gestão do nosso prefeito Rodrigo Neves e Axel Grael

Projetada por Oscar Niemeyer, tem uma vista que compreende a orla de Niterói e toda a Ponte Rio Niterói.A escultura em bronze da praça é de Oscar Niemeyer e JK sentados em um dos bancos olhando uma planta arquitetônica.

Nesta praça pode se ver o mais lindo pôr-do-sol do mundo, e Alfred Hitchock daria razão, se por aqui tivesse passado, esqueceria Zadar na Croácia e ficaria com Niterói e o mirante da praça com toda sua indelével vista.

Que tal conhecer mais Niterói?!Venha pedalar e conhecer com a gente! Com todo respeito às regras do novo normal, e principalmente respeito pelo outro!

terça-feira, 28 de julho de 2020

COVID-19: LIÇÕES PARA CAMINHONEIROS


"Dirijo devagar, tenho pressa de chegar, pois amar e mudar as coisas me interessa mais! Em qual para-choque você leu que a vida seria fácil?"

O mundo inteiro está naquela .estrada ali na frente; frase de Coração Selvagem de Belchior, mas poderia ser o mantra matinal do caminhoneiro, que antes do nascer do sol, coloca a chave na ignição, engata a primeira e continua sua longa jornada pelas estradas do Brasil. 

Sozinhos, esses homens e mulheres atravessam o País. No para-choque suas frases mostram as personalidades e mandam recados aos que cruzam seus caminhos. Conhecendo todos os tipos de paisagem, gentes e rodovias, com suas curvas acentuadas, leves, longas retas e centenas de quilômetros diários em um caminhar, ou melhor rodar, cansativo, estressante, muitas vezes perigoso, onde a música, a fé, o café, chimarrão ou tereré ajudam no passar das horas, e o momento de parar para as refeições ou uma simples ida ao banheiro, o olhar o céu, seja estrelado, ensolarado ou chuvoso é o divertimento da rotina de solidão e, paradoxalmente, de aprendizado diário. 

O caminhão é a sua casa, já que o seu trabalho é viver nessa boleia de ir e vir por nosso tão grande Brasil, lembrando que a distância do Chuí (RS) ao Oiapoque (AP) é de 4.175km, porém, a distância de condução é de 5.646km, aproximadamente 4 dias e 10 horas, segundo o Google - acreditando que durante este caminho não ocorram problemas e que as rodovias estejam em boas condições, o que sabemos que no Brasil não é bem assim, mas isso seria assunto para outro artigo. 

Voltando às paradas, além do momento de esticar o corpo, fazer as refeições, é o momento de também alimentar a alma, rever os amigos do trecho e contar novas histórias. 

Neste momento de pandemia em razão da covid-19, os caminhoneiros, classe trabalhadora, sofrida e lembrada em momentos pontuais pela maioria da sociedade, ganhou notoriedade. Enquadrados na classe dos serviços essenciais, para que cada cidade deste imenso Brasil continue recebendo produtos alimentícios, hospitalares, industrializados, ou quaisquer que sejam, os caminhoneiros não pararam. Enquanto para a segurança de todos o lema é ficar em casa, o deles é cruzar o Brasil para cuidar de nós, mesmo não conhecendo esse “nós”. 

No Brasil afora, as concessionárias, além da segurança viária, estão com ações voltadas não só para caminhoneiros, mas para todos os usuários com comunicação, informação, distribuição de máscaras, álcool em gel, uma enorme mobilização para conter o avanço da covid-19. 

Quem passar pela Ponte Rio Niterói receberá informações, encontrará ações e mobilizações contra a Covid-19 e, além de ganhar o sorriso do trabalhador diário, ganhará a esperança por dias melhores e a certeza que tudo voltará a ficar bem. 

O importante é que cada um faça sua parte neste período e que o medo não nos tome conta! Cuide da sua boleia, limpando e desinfetando a cabine, objetos e superfícies que são tocados, seja com água e sabão ou álcool em gel, mantenha sua cabine sempre com ventilação, se for mexer na parte externa do veículo lave as mãos. Lavar as mãos deve ser constante, mas vocês são caminhoneiros, dessa forma o constante é a higienização com álcool em gel. 

Nas paradas dos trechos, aquela conversa em roda, em torno do caminhão e fogareiro, deve ser evitada. Mantenham a distância mínima de 1,5m durante as conversas e, no lugar dos abraços calorosos e fortes apertos de mão, apenas os cotovelos se tocando.

Neste momento o compartilhar de copos, talheres, toalhas precisa ser suspenso. Nessa longa estrada da vida, com certeza vocês já vivenciaram muitas coisas que me fogem, e que eu amaria poder conhecer, pois amo histórias contadas e aprenderia muito. 

Neste momento, se estiverem lendo, por favor, cuidem-se: lavem bem as mãos quando puderem, na falta da água usem o álcool em gel, ao usarem os banheiros das estradas lembrem das mães de vocês ensinando como usar o banheiro sem tocar. Esta lembrança maternal faz toda a diferença em tempos de vírus e traz uma alegria quente ao coração. 

Desejo que continuem levando o coração de vocês pelo Brasil, entregando ou pegando uma carga, e que não pensem na solidão da boleia e, sim, nos agradecimentos e carinhos que estão recebendo pelo Brasil afora. E que o fim do termo saudade ocorra quando voltarem às suas casas em segurança e reverem sua família. Primeiro tomem um longo banho, afinal, vocês a amam e por amor temos que cuidar dos outros. Um caloroso toque de cotovelo a todos vocês, meu profundo respeito e obrigada! Juntos, venceremos essa batalha! Viva a Vida!

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Priscilla Lundstedt Rocha - Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito.
E-mail: priscillarochacontatos@gmail.com
Instagram: @priscilla_lundstedt_rocha

FONTE:
ROCHA, Priscilla Lundstedt Rocha. Covid-19: lições para caminhoneiros. In: Revista ECOPONTE. Ano 6 no 58, abril de 2020.




terça-feira, 26 de maio de 2020

Ponto cego


"A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê” (Arthur Schopenhauer).

O ponto cego é aqui. Entramos .em nossos carros, fechamos ao mundo e nos sentimos protegidos de todos os males. O problema é esquecermos que não vivemos em movimento de rotação sobre nós mesmos. Vivemos em translação. No trânsito, não há redoma que nos proteja se não cuidarmos uns dos outros. Estamos em ponto cego. Precisamos primeiro enxergar para depois tentar sair. É como a alegoria da caverna de Platão. Precisamos nos libertar das correntes e ir para luz. 

O ponto cego para oftalmologia é a pequena área da retina em que não existem receptores de luz que formam a imagem para ser reconhecida no cérebro. Não percebemos essa falha, pois a imagem de um olho compensa a do outro, e isso é normal. Em nossas relações interpessoas é o calcanhar de Aquiles: assunto importante, que muitos pensam, mas não falam. Nos veículos é quando o retrovisor não abrange determinada área no trânsito, ou seja, pessoas transitam pelas cidades com o risco iminente de incidentes ou acidentes. Isso acontece porque não enxergam pessoas e veículos vindos em sua direção pela parte de trás. Na maioria das vezes, devido a retrovisores mal regulados. 

O ponto cego não tem como ser evitado, pois é inerente ao formato dos veículos e as limitações visuais. Dessa forma, não importa o modelo nem a qualidade dos seus retrovisores. A solução é minimiza-lo posicionando da melhor forma retrovisores laterais e interno. Estatísticas indicam que 60% dos acidentes acontecem quando um condutor não enxerga o outro durante ultrapassagens e conversões, justamente quando a visão está focada em um determinado local, descartando a visão periférica à manobra. 

A maioria dos condutores ajusta o retrovisor de modo a visualizar metade do veículo deixando o restante do campo visual para o trânsito, o que é um erro comum, e que deve ser corrigido. A melhor forma de evitar os pontos cegos é abrir os retrovisores o máximo até a traseira do veículo desaparecer. Quanto maior a abertura, maior é a visão. Afinal, o condutor não precisa visualizar a traseira e a lateral do seu veículo, certo? Esta mudança reduz os pontos cegos e, diminui os riscos de acidentes, principalmente com motos que insistem em transitar em alta velocidade nos ‘corredores’ formados nas faixas de circulação. Por falar em motocicletas é recomendável que apenas uma parte dos ombros do motociclista esteja visível no espelho. É importante que os retrovisores das motos também permitam visualizar a traseira, pois o motociclista não pode ficar virando a cabeça para os lados ou para trás, sob risco de desviar sua atenção e envolver-se em acidentes. Os demais, precisam ficar atentos, pois nem sempre é possível perceber a presença da moto, devendo planejar e sinalizar, com antecedência manobras, como mudanças de faixa. 

Assim, para evitar acidentes, motociclistas e condutores devem dirigir com atenção e tomar atitudes que levem a uma boa convivência. Os condutores devem respeitar a velocidade máxima da via, trafegar com cuidado e manter distância segura dos demais veículos. O motociclista deve usar o capacete de forma adequada e calçado fechado para proteção. Há, ainda, equipamentos que reforçam a segurança do piloto e do garupa, como o uso de jaqueta, calças de material reforçado e luvas apropriadas. Itens que fazem a diferença em um acidente. Há de se lembrar, que nas rodovias as motos devem respeitar as mesmas regras dos demais veículos. Andar no ‘corredor’, portanto, configura ultrapassagem pela direita. Trata-se de infração sujeita à multa.

Minimizar o ponto cego requer conscientização, confiança, vontade e empatia. Confiança nas pessoas, empatia pelo que pensam, sentem e vontade de escutar sem julgamentos e ressentimentos. Pela segurança de TODOS, Vale o esforço! Afinal, não estamos tratando apenas do caminhar das nossas vidas, e sim de um todo. Zelamos pela evolução humana, para uma vida plena, feliz e mais segura. 

Volto à alegoria da caverna com a pergunta atualíssima de Sócrates:“E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, ele viraria as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e as consideraria verdadeiramente mais nítidas do que as coisas que lhe mostram?” E termino com a explicação do mesmo: “Acrescento que é preciso vê-la se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja na vida pública” e como Glauco também sou capaz de compreender e concordar. Precisamos reconhecer os pontos cegos e com conhecimento nos orientarmos como humanidade aos limites do horizonte, que podem ser mais curtos do que se imagina. Boa Reflexão!
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Priscilla Lundstedt Rocha - Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito.


FONTE: 
ROCHA, Priscilla  Lundstedt Rocha. Ponto cego. In: Revista ECOPONTE. Ano 6 no 56, fevereiro de 2020. 


Divirta-se com responsabilidade

"Verão, sempre gostei tanto da idéia do verão... sol, coisas quentinhas...Às vezes gosto de fechar meus olhos e imaginar como vai ser quando o verão chegar...Meus amigos vão me achar mais legal no verão". (Olaf-Frozen)


O Verão, uma das quatro.estações do ano, sucede a primavera e antecede o outono. Suas principais características: elevadas temperaturas e o aumento dos índices pluviométricos. Seu primeiro dia é chamado de solstício de verão, que significa em latim “sol parado”. Especialistas afirmam que a exposição à radiação solar estimula a produção de dopamina, melatonina e serotonina, dando às pessoas a sensação de maior alegria. Os dias são mais longos que as noites em virtude da maior incidência solar em um dos hemisférios, no nosso caso, sul. 


Atravessar a Baía de Guanabara pela Ponte Rio-Niterói no verão pode ser um alumbramento. De um lado temos o Rio de Janeiro, cidade mundialmente conhecida eternizada em sambas, bossa nova, praias, história, cultura e o carnaval; 13km pela ponte, do outro lado da Baía temos Niterói a desbravar, conhecer e a se apaixonar... 

Os que moram no Rio de Janeiro vão dizer que o bonito em Niterói é a vista do Rio... Mas Niterói é além vista. 

História, Cultura, Carnaval, Niemeyer presente em sete obras pela cidade, com seu Caminho que passa pelo Teatro Popular e vai até o Museu de Arte Contemporânea (MAC), à beira mar com uma vista indelével... 

Niterói tem as orlas da Guanabara e Oceânica, ambas lindas! O conjunto de praias e lagunas oceânicas rodeadas por montanhas, algumas com grandes ondas, outras com águas calmas são um encantamento que só Niterói tem, e vale muito descobrir.

Com tantas opções temos no verão grande movimentação de veículos, e por vezes, comportamentos que não combinam com a segurança viária.

Praia, sol, água de coco, petiscos, blocos de carnaval e a ‘cervejinha’ bem gelada que não há quem resista, porém precisamos pensar em voltar em segurança para nossa casa com a família.

A autoconfiança neste momento atrapalha demais, pois muitos dizem que uma ‘cervejinha’ não tem problema.

mas no trânsito um gole pode fazer a diferença em um acidente, ou incidente de trânsito, e este ato/ação, que é beber, depende de cada um de nós, do nosso livre arbítrio de escolher desbravar, conhecer, aproveitar os lindos lugares, ou ser nosso último passeio depois do gole... 

Bebida e direção não combinam, milhões já escreveram isso, mas cabe entender, introjetar essa ideia e ecoar em nossos corações e cérebros. 

Qualquer quantidade de álcool ingerida, por mínima que seja, diminui os reflexos, fazendo com que o motorista perca as condições para dirigir, colocando em risco a sua vida, dos passageiros e das pessoas à sua volta. Cabe reforçar que a lei não permite nenhum nível de concentração de álcool por litro de sangue para dirigir. 

Não adianta aplicativos ilegais para driblar as blitzes, o que floresce é o valor que cada um dá à sua própria vida. Sua vida vale uma ‘cervejinha’? 

Não beba se for dirigir! Se refresque na areia escaldante, pegue um lindo bronzeado, aproveite a brisa do verão para afastar o mau humor, cante para o céu azulado, pule o carnaval, namore, abrace e seja feliz no verão! 

E, ainda, no verão tenha cuidado com as mudanças repentinas de tempo, podem ocorrer chuvas de rápida duração, conhecidas como chuvas de verão. Apesar de serem rápidas costumam ser intensas e acontecem normalmente, no fim da tarde, quando os índices de evaporação das águas (rios, lagos e mares) estão mais altos, dessa forma ainda mais atenção ao dirigir. Afinal queremos ver o outono chegar onde temos como protagonistas as folhas e podemos observar suas mudanças de cores, até que caiam das árvores, um processo lindo que tem por nome “fall foliage”, mas aí seria outro artigo... Feliz Verão! Feliz Carnaval!
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Priscilla Lundstedt Rocha - Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito
E-mail: priscillarochacontatos@gmail.com
Instagram: @priscilla_lundstedt_rocha

FONTE: 
ROCHA, Priscilla  Lundstedt Rocha. Quanto mais cedo nos distanciarmos, mais cedo nos abraçaremos. In: Revista ECOPONTE. Ano 6 no 55, janeiro de 2020. 

terça-feira, 12 de maio de 2020

MAIO AMARELO 2020: Perceba o risco, proteja a VIDA!



O Movimento Maio Amarelo tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo, colocando em pauta, para a sociedade, o tema trânsito.


Por que Maio? Em 11 de maio de 2011, a ONU decretou a Década de Ação para Segurança no Trânsito. Com isso, o mês de maio se tornou referência mundial para balanço das ações que o mundo inteiro realiza.

Por que amarelo? O amarelo simboliza ATENÇÃO e também a sinalização e advertência no trânsito. Este ano, o MAIO AMARELO será voltado para os profissionais que prestam serviços essenciais ao país, em razão da pandemia de coronavírus. A iniciativa segue a orientação das autoridades para respeitar o distanciamento social.

A todos que estão trabalhando no e em TRÂNSITO: caminhoneiros, taxistas, motoristas de aplicativo, motociclistas e ciclistas entregadores, Agentes de Trânsito, Guardas Municipais, policiais e também os profissionais de saúde como médicos e enfermeiros, todos que dia a dia cuidam de nós e de nossa cidade nosso respeito e agradecimento! VOCÊS ESTÃO FAZENDO E SENDO A DIFERENÇA!

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Escute seu veículo: proteja sua vida


Educação e segurança para o trânsito

Por: Priscilla Lundstedt Rocha
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O direito de ir, vir e estar, ocupar o espaço público, conviver socialmente são princípios fundamentais implícitos na palavra trânsito, considerando-o como um processo histórico-social que envolve, principalmente, as relações estabelecidas entre os homens.


Assim como a dignidade da pessoa humana, prevista na CF, é um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito, o trânsito dá prioridade em suas ações à defesa da vida, preservando a saúde e o meio ambiente. Logo, o trânsito não é apenas uma questão técnica, mas principalmente, social e política diretamente ligada a nossa sociedade.

Associar o trânsito apenas a problemas da atualidade – congestionamentos, acidentes, estresse – é um grande engano. Esta visão reducionista esvazia toda a história de pessoas que desafiaram Caminhos desconhecidos, venceram distâncias, conquistaram espaços e seguiram transitando, incansavelmente.

Não há dúvidas que tudo gira em torno da vida, ou seja, na sua proteção. O direito mais importante dentre todos, consagrado em todas constituições mundiais. Mas, será que damos realmente valor à vida quando estamos no trânsito?

Pensemos em um acidente de trânsito: tríade 'via-veículo-homem', envolvendo o verbo falhar. Essa tríade precisa ser (re) pensada e racionalizada, pois, em sua interação, o comportamento assertivo do homem garante melhor segurança no trânsito.

Esse comportamento assertivo é ponto de partida para o estudo da psicologia do trânsito e da vida, pois o ser humano almeja sempre possuir algo. No caso do trânsito, um veículo e vias seguras para trafegar. Mas, não basta apenas usufruir, há necessidade de cuidar, e, na maioria das vezes, não o fazemos.

A manutenção veicular, que deveríamos fazer em nossos veículos para preservar e antecipar acidentes visando proteger nossas vidas, é por vezes negligenciada, o que pode resultar em falhas no veículo e acidentes, gerando perdas materiais e humanas.

Cuidar é olhar, escutar o funcionamento do veículo. Porém, se em matéria de prevenção sabemos algumas coisas, também é verdade que desconhecemos muitas. Porventura, caro leitor, sabia que a manutenção pode ser preventiva, detectiva, preditiva ou corretiva?

Por isso, há mecânicos especializados que são os 'médicos' de nossos veículos, e, tal como no juramento de Hipócrates, em que o médico tem como preceito respeitar a vida humana e usar seus conhecimentos para ajudar ao próximo, assim também é o mecânico, o único que pode garantir e assegurar que nossos veículos chegarão ao destino sem falhas mecânicas.

Costuma-se pensar que a manutenção veicular é apenas a verificação de freios, troca de óleo, sistema de arrefecimento, filtro de ar, filtro de combustível, alinhamento e balanceamento e velas. Mas não é só isso. O veículo precisa passar por avaliações de segurança e bom funcionamento dos demais equipamentos. Precisam ser examinados e diagnosticados para assegurar a performance e sua segurança. Todos os problemas corrigidos, preservamos nossa vida.

Não há dúvidas de que é preciso (re) pensar o trânsito, seu verdadeiro significado e prioridades, e assim desfrutar de forma sustentável o viver e conviver no espaço público. Há urgência em entender que o significado de manutenção veicular vai além do apenas cuidar do carro, mas singularmente proteger a vida, a nossa, e a dos outros.

E o hábito de re(aprender) faz toda a diferença na nossa mudança de comportamento em relação à vida e principalmente no trânsito, pois, não somos dublês imortais de “Velozes e Furiosos”.

A leitura tem eco. Ler é dar a si mesmo possibilidade e o prazer de ouvir o eco das ideias e, mudar nossas condutas e ações no trânsito e para a vida. Que o eco da mudança de atitude no trânsito amplifique na vida de todos, e a prevenção não seja feita apenas depois de um “se” (acidente), e sim de fato como prevenção e proteção a vida.

Que tal hoje procurar o seu mecânico e descobrir que tipo de manutenção seu veículo precisa? Boa sorte!

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Priscilla Lundstedt Rocha - Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito

ROCHA, P. L. Escute seu veículo: proteja sua vida. In: Revista ECOPONTE. Ano 5 no 54, Dezembro de 2019.

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domingo, 26 de abril de 2020

O liame de concreto sobre a Baía de Guanabara

EDUCAÇÃO E SEGURANÇA PARA O TRÂNSITO


Por: Priscilla Lundstedt Rocha

A Ponte Rio Niterói liga duas cidades: Rio de Janeiro e Niterói, separadas pela Baia de Guanabara tendo como extensão 13 km. Diariamente atravessam milhares de carros, motos, ônibus, caminhões carregando vidas e histórias. Muitos têm fetiche, desejo de atravessar, outros medo; e, entre o desejo e  o medo há a segurança viária.

O atravessar: verbo, em seu sentido de transitivo direto, ou seja, passar para o outro lado, neste caso por cima, sem qualquer tipo de problema, pois há toda segurança e  infraestrutura viária para esta travessia. Cabe aqui também o atravessar, em seu sentido indireto, ou seja, ir além, deixar para trás, ultrapassar...

Talvez fosse assim a melhor definição do passado, não em relação a sua descrição e segurança, mas no nosso mundo contemporâneo e tamanha evolução do ser humano o ato de atravessar pensado como um verbo transitivo, ou intransitivo de passar, cruzar perdeu-se...

O atravessar tornou-se uma aventura por vezes perigosa e irresponsável por nossa culpa, ou falta de responsabilidade moral, a nos mesmos e a outrem.

Em grandes cidades rodeadas de concretos, luzes brilhantes, relógios sempre atrasados, todos com pressa, calçadas sem sombras, pessoas robotizadas, não se olham, não conversam. No carro, em grande maioria, estamos sós, com o rádio para escutar as últimas notícias, e a nos escutar, janelas fechadas, ar ligado e nas mãos o celular para sucumbir as fake news, moda contemporânea, selfies ou simplesmente cuidar da vida alheia; e infelizmente atrapalhar o trânsito e causar grandes acidentes, além das ultrapassagens, excesso de velocidade desnecessário, ou parecer fazer tricô ao chegar ao pedágio...

Muitos acreditam que não há perigo no uso do celular ao volante, principalmente quando nos encontramos em um engarrafamento, mas este mau hábito não só coloca a nossa vida em risco como a dos outros. E se olharmos ao redor, mesmo com nossas janelas fechadas todos estão com os olhos em seus smartphones, proibido por Lei Federal (CTB), que todos sabem, mas poucos respeitam. Segundos ao enviar uma mensagem, ou responder um aúdio que podem matar, pelas estatísticas de trânsito fala-se em aumentar o risco de um acidente de trânsito em 400%.

Amar ao próximo como a si mesmo é um dos preceitos fundamentais da vida civilizada, já dizia Freud, e também o que mais contraria o tipo de razão que a contemporaneidade promove: a razão do interesse próprio e da busca da felicidade, o que encontramos diariamente no trânsito, e que precisamos mudar com a educação. Piaget já dizia que o principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram, então que façamos coisas novas e com responsabilidade, e deixar de usar o celular ao volante é um deles. Deixe ele de lado! Atravesse a Ponte, siga a vida em segurança!

Aceitar esse preceito é um ato decisivo, pelo qual o ser humano rompe a couraça dos impulsos, ímpetos e predileções ‘naturais’. É o ato de origem da humanidade, além de ser passagem para a sobrevivência da moralidade.
Assim como cada viga de aço da ponte tem história, as vidas que passam também, só que as de aço se imortalizam no concreto, as que passam, atravessam e seguem o seu caminho. Não estamos prontos, aprendemos no caminhar...

Que possamos reaprender nossas condutas no trânsito ao atravessar as ruas respeitando as faixas de pedestres, os sinais de trânsito, o ciclista, usar o cinto de segurança, o equipamento de retenção da criança, respeitar a velocidade da via, usar o capacete de forma correta,  não beber se for dirigir.

Voltando a nossa PONTE, este liame de concreto, este cartão postal histórico, que tem o mais belo pôr do sol do mundo, e me desculpe Alfred Hitchcock quando ele citou Zadar na Croácia, pois ele não conheceu a Ponte Rio Niterói.

Que atravessemos em segurança, respeitando as regras de trânsito, mas principalmente nos respeitando. A nossa vida, que é única! Que possamos atravessar a vida! Boa Leitura!
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Priscilla Lundstedt Rocha - Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito
FONTE: ROCHA, P. L. O liame de concreto sobre a Baía de Guanabara. In: Revista ECOPONTE. Ano 5 no 53, novembro de 2019.

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sábado, 25 de abril de 2020

No trânsito o 'inferno' são os outros


EDUCAÇÃO E SEGURANÇA PARA O TRÂNSITO


Por: Priscilla Lundstedt Rocha 

Escrever ou falar sobre o que mais amo, educação para o trânsito, comportamento do ser humano no trânsito, é um missão árdua quando nos deparamos com o problema: nós, seres humanos estamos cada vez mais maquinizados, automatizados, buscando cada vez mais a inteligência artificial, a vida on-line como meio de amenizar a nossa angustia, solidão, o medo de lidar com o nosso pior inimigo: nós mesmos para tentarmos suprir a carência do eu, paradoxalmente em um  mundo que cada vez mais se fala de ATITUDE, precisamos de fato ser PROATIVOS! Mas como se nos massificamos / alienamos dia a dia? 

Somos animais sociais, vivemos em grupo, desta forma temos que exercer a nossa sociabilidade, sem esquecer a nossa humanidade, cidadania, ética e comprometimento consigo e com o outro; e no trânsito pensar no outro é primordial, exercer a DIREÇÃO DEFENSIVA e pensar na prevenção. Temos que ser virtuosos no trânsito e em toda a vida.

Assim, podemos depreender que, para alcançar a harmonia no trânsito, precisamos valorizar o hábito de agir em prol do bem comum, antes do interesse particular momentâneo. Isso se mostra até mesmo em pequenos atos de gentileza, como respeitar aquele que pretende cruzar uma faixa de pedestres, ainda que estejamos com pressa, ou não estacionar numa vaga reservada para idosos ou deficientes físicos, ainda que não exista nenhuma outra livre por perto, não jogar lixo no chão, respeitar a velocidade da via, dar sinal de seta, etc...

Costumamos frequentemente ouvir que o problema do trânsito, ou qualquer outro problema decorre dos “outros”, dos governantes e autoridades; no caso do trânsito, os maus motoristas e motociclistas, os pedestres desrespeitosos e desatentos, os veículos que desgovernam ou falham, os ciclistas (...) nunca confessamos SERMOS parte deste problema, sempre buscamos uma justificação para o NOSSO comportamento inapropriado.

O inferno são os outros, a máxima de Sartre remete ao nosso drama social mais intenso. Precisamos começar a nos olhar, pois o inferno é cada um de nós, cada qual a sua medida.

Tudo resume-se na MUDANÇA DE COMPORTAMENTO HUMANO, assim sendo devemos nos olhar e analisarmos nossas ações, condutas e tentar SER e FAZER a diferença no trânsito e na vida, só desta forma teremos um trânsito mais gentil, mais humano, mais feliz, mais otimista!

Devemos reafirmar um contrato social a fim de reestabelecermos uma ordem que nos tire desse “estado de natureza no trânsito”, onde todos parecem estar contra todos e prevalece o mais forte, potente, maior e onde cada indivíduo/veículo parece agir como um “lobo” do próprio homem, cada dia mais desumano.

Para assegurar a paz e a defesa e nos reumanizarmos no trânsito dependerá das repetidas ações individuais de cada um para o bem comum. Que possamos ser a diferença, pois, o discurso do “SE”, no trânsito é tarde demais! Que cada um hoje e sempre possa SER e FAZER a diferença e que busquemos a nossa grandeza com dignidade e respeito ao outro, pois, a miséria já nos é conhecida.

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Priscilla Lundstedt Rocha -Especialista em Gestão, Educação e Segurança no Trânsito
FONTE: ROCHA, P. L. No trânsito o 'inferno' são os outros. Revista ECOPONTE. Ano 5 no 52, outubro de 2019.